sábado, 22 de junho de 2013


Jô Soares

José Eugênio Soares nasceu em 16 de janeiro de 1938. Até à adolescência viveu nos Estados Unidos e na Europa. Voltou ao Brasil quando o seu pai perdu todo o dinheiro naBolsa de Valores. Com a idade de 18 anos, José ingressou no Instituto Rio Branco, para seguir carreira diplomática. Sempre divertido, de humor rápido e inteligente, o jovem gostava de entreter seus colegas com casos e piadas.

A estréia de Jô Soares na vida artística aconteceu no filme "O Homem do Sputnik", chanchada de Carlos Manga. Na televisão, a convite de Adolfo Celi, começou escrevendo textos de teleteatro e eventualmente atuando no programa "TV Mistério", da TV Rio. Tornou-se roteirista do programa Câmera Um, da TV Tupi. Em 1959, entrevistava e fazia graça nos programas Jô, o Repórter e Entrevistas Absurdas, veiculados pela TV Continental, no Rio. Participou de O Riso é o Limite, na TV Rio e, em 59, estreava no teatro como o bispo de "Auto da Compadecida". Em 1960, seguiu para São Paulo, onde fez brilhante carreira como redator de TV (Show a dois, Três é demais) e ator e humorista (Cine Jô", La Revue Chic, Rifi-7, 7 Belo Show, Jô Show, Praça da Alegria, Quadra de Ases). Destaque para a atuação de Jô Soares como entrevistador internacional do Programa Silveira Sampaio, em 1963 e 1964. A fama nacional como comediante veio em 1967, quando estreou como o mordomo Gordon da Família Trapo, programa que também ajudava a escrever. Na TV Globo, firmou seu sucesso nos humorísticos "Faça o humor, não faça a guerra" (1970), Satiricon (1973), "O planeta dos homens" (1976) e "Viva o Gordo" (1981).

Os personagens marcantes foram muitos: Bô Francineide, Gardelon, irmão Carmelo, Norminha, Capitão Gay etc. Os bordões que caíram na boca do povo, inúmeros: "tem pai que é cego", "cala a boca, Batista", "muy amigo", "a ignorância da juventude é um espanto", "vai pra casa, Padilha". Em 1973, Jô estreou seu sonhado programa de entrevistas na nova casa, o Globo Gente. Problemas com a censura o retiraram do ar. Nos anos 80, já em época da abertura política, a emissora não apoiou o projeto para um programa de entrevistas com ele. Sílvio Santos aproveitou e atraiu Jô para o SBT com um salário recorde na TV brasileira (perto de 2 milhões de cruzeiros), com direito a programa de humor (Veja o Gordo) e um talk-show (Jô - Onze e Meia), que finalmente estrearia em 16 de agosto de 1988. Pouco tempo depois, Jô encerrou a carreira de humorista, passando a se dedicar à imprensa, à música, ao teatro e à literatura. Em 3 de abril de 2000, ele voltaria para a Globo, no Pragrama do Jô, e entrevistaria aquele que não dava entrevistas, o dono e fundador da emissora, Dr.Roberto Marinho. Os livros Xangô de Baker Street (1995) e O Homem que matou Getúlio (1998) marcaram sua nova fase como escritor.

A carreira de Jô Soares foi destaque em vários jornais, incluindo o jornal americano "The New York Times". Com o título de "O showman do renascimento brasileiro não pode ser contido num "talk show'", Larry Rohter discorre sobre a carreira do multitarefas Jô, lembrando seu sucesso na TV como comediante, durante a ditadura militar, e os "talk shows" que fez depois, nos moldes americanos.

Frases e Pensamentos de Jô Soares

É bem melhor pensar sem falar, do que falar sem pensar.
Jô Soares
A prova de que a natureza é sábia é que ela nem sabia que iríamos usar óculos e notem como colocou nossas orelhas.
Jô Soares
Não há amizade, que por mais profunda que seja, que resista a uma série de canalhices.
Jô Soares
No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora.
Jô Soares
Era um menino tão mau que só se tornou radiologista para ver a caveira dos outros.
Jô Soares

Monteiro Lobato




Nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Em homenagem ao seu nascimento, neste dia comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil.
Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusto Lobato. Seu nome verdadeiro era José Renato Monteiro Lobato, mas em 1893 o autor preferiu adotar o nome do pai por desejar usar uma bengala do pai que continha no punho as iniciais JBML.
Juca, apelido que Lobato recebeu na infância, brincava em companhia de suas irmãs com legumes e sabugos de milho que eram transformados em bonecos e animais, conforme costume da época. Uma forte influência de sua própria experiência reside na criação do personagem Visconde de Sabugosa.
Ainda na infância, Juca descobriu seu gosto pelos livros na vasta biblioteca de seu avô. Os seus prediletos tratavam de viagens e aventuras. Ele leu tudo que lá existia, mas desde esta época incomodava a ele o fato de não existir uma literatura infantil tipicamente brasileira.
Um fato interessante aconteceu ao então jovem Juca, no ano de 1895: ele foi reprovado em uma prova oral de Português. O ano seguinte foi de total estudo, mergulhado nos livros. Notável é o interesse de Lobato escritor no que diz respeito à Língua Portuguesa, presente em alguns de seus títulos. É na adolescência que começa a escrever para jornaizinhos escolares e descobre seu gosto pelo desenho.
Aos 16 anos perde o pai e aos 17 a mãe. A partir de então, sua tutela fica a encargo do avô materno, o Visconde de Tremembé. Formou-se em Direito pela faculdade de seu estado, por vontade do avô, porque preferia ter cursado a Escola de Belas-Artes. Esse gosto pelas artes resultou em várias caricaturas e desenhos que ele enviava para jornais e revistas.
Em 1907, 3 anos após sua formatura, exerceu a promotoria em Areias, cidadezinha do interior. Retirou-se depois para uma fazenda em Buquira que herdou do avô, falecido em 1911. Este município, onde surgiu um Lobato fazendeiro, recebeu seu nome em sua homenagem.
Casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Do casamento vieram os quatro filhos: Edgar, Guilherme, Marta e Rute.
Em 1918 lançou Urupês, e o êxito fulminante desse livro de contos colocou-o numa posição de vanguarda. Neste mesmo ano, vendeu a fazenda e transferiu-se para São Paulo, onde inaugurou a primeira editora nacional: Monteiro Lobato & Cia. Até então, os livros que circulavam no Brasil eram publicados em Portugal. Por isso, as iniciativas de Lobato deram à indústria brasileira do livro um impulso decisivo para sua expansão.
Em 1926, foi nomeado adido comercial da embaixada brasileira nos Estados Unidos, de onde trouxe um notável livro de impressões: América. Usou, assim, suas principais armas em prol do nacionalismo no tocante à exploração de ferro e petróleo no Brasil: os ideais e os livros.
Preocupado com o desenvolvimento econômico do país, chegou a fundar diversas companhias para a exploração do petróleo nacional.. O fracasso dessa iniciativa deu-lhe assunto para um artigo: O Escândalo do Petróleo. Já sob o Estado Novo, sua persistência em abordar esse tema como patriota autêntico valeu-lhe três meses de prisão.
No público infantil, Lobato escritor reencontra as esperanças no Brasil. Escrever para crianças era sua alegria, por isso adorava receber as cartinhas que seu pequenino público escrevia constantemente. Achava que o futuro deveria ser mudado através da criançada, para quem dava um tratamento especial, sem ser infantilizado. O resultado foi sensacional, conseguindo transportar até hoje muitas crianças e adultos para o maravilhoso mundo do Sítio do Picapau Amarelo.
Faleceu em São Paulo, no dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade, por causa de um derrame.
obra lobatiana é composta por 30 volumes. Tem um lugar indisputável na literatura brasileira como o Andersen brasileiro, autor dos primeiros livros brasileiros para crianças, e também como revelador de Jeca Tatu, o homem do interior brasileiro.
Apesar de ter sido, em muitos pontos, o precursor do Modernismo, a ele nunca aderiu. Ficou conhecida a sua querela com modernistas por causa do artigo "A propósito da exposição Malfatti". Ali critica a mostra de pintura moderna da artista, que caracterizava de não nacional.

Allan Kardec


Allan Kardec, pseudónimo de Hippolyte Leon Denizard Rivail, (1804 - 1869) foi o codificador do Espiritismo. Nasceu a 3 de outubro de 1804 em Lyon (França).

Tornou-se educador e entusiasta do ensino, tendo sido várias vezes convidado por Pestalozzi para assumir a direção da escola, na sua ausência. Durante 30 anos (de 1824 a 1854), dedicou-se inteiramente ao ensino e foi autor de várias obras didáticas, que em muito contribuíram para o progresso de educação, naquela época.

Em 1855, o prof. Rivail depara, pela primeira vez, com o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. Passa então a observar estes fenômenos; pesquisa-os cuidadosamente, graças ao seu espírito de investigação, que sempre lhe fora peculiar, não elabora qualquer teoria pré-concebida, mas insiste na descoberta das causas. Aplica a estes fenômenos o método experimental com o qual já estava familiarizado na função de educador; e, partindo dos efeitos, remonta às causas e reconhece a autenticidade daqueles fenômenos. Convenceu-se da existência dos espíritos e de sua comunicação com os homens.

Grande transformação se opera na vida do prof. Rivail: convencido de sua condição de espírito encarnado, adota um nome já usado em existência anterior, no tempo dos druidas: Allan Kardec.

De 1855 a 1869, consagrou sua existência ao Espiritismo; sob a assistência dos Espíritos Superiores, representados pelo Espírito da Verdade, estabelece as bases da Codificação Espírita, em seu tríplice aspecto: Filosófico, Científico e Religioso.

Além das obras básicas da Codificação(Pentateuco Kardequiano), contribuiu com outros livros básicos de iniciação doutrinária, como: O que é o Espiritismo, O Espiritismo na sua mais simples expressão, Instruções práticas sobre as manifestações espíritas e Obras Póstumas.

A estas obras junta-se a Revista Espírita, “jornal” de estudos psicológicos, lançado a 1º de janeiro de 1858 e que esteve sob sua direção por 12 anos.

É também de sua iniciativa a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1º de abril de 1858 - primeira instituição regularmente constituída com o objetivo de promover estudos que favorecessem o progresso do Espiritismo.

Assim surgiu o Espiritismo: com a ação dos Espíritos Superiores, apoiados na maturidade moral e cultural de Allan Kardec, no papel de codificador.

Com a máxima "Fora da caridade não há salvação", procura ressaltar a igualdade entre os homens, perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.

E a este princípio cabe juntar outro: "Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face à face, em todas as épocas da humanidade". Esclarece Allan Kardec:
"A fé raciocinada que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa qualquer obscuridade: crê-se, porque se tem certeza e só se está certo, quando se compreendeu".

Denominado "o bom senso encarnado" pelo célebre astrônomo Camille Flammarion, Allan Kardec desencarnou aos 65 anos, a 31 de março de 1869.

Em seu túmulo, no cemitério de Père Lachaise (Paris), uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita: "Nascer, Morrer, Renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei".

Fonte: União das Sociedades Espíritas de São Paulo

Frases e Pensamentos de Allan Kardec

A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.
Allan Kardec
Os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.
Allan Kardec
Conte Comigo

Conte comigo, mesmo sem contar a mim tanta coisa que lhe pesa no coração, que lhe amargura e resseca o fundo d'alma.
Conte, nas horas mais abandonadas da vida, quando o olhar, vagando em derredor, só divisar deserto.
Conte comigo, mesmo sem vontade de contar com ninguém ou certo de que não vale a pena contar com mais ninguém, nesta vida.
Conte comigo, devagarinho, deixando que a boa vontade vá dizendo, sem nada forçar, à medida em que acreditar.
Conte, durante as agonias, que, de um tempo para cá, não deixam em paz seu cansado coração, pois o bom da vida consiste em encontrar um amigo.
Conte, nas horas inesperadas, quando as tempestades despregam repentinas e tombam por cima da sua cabeça triste.
Conte comigo, para re-aprender a cantar, durante a vida, e a viver de serenas e pequeninas felicidades.
Conte comigo, para eu ajudá-lo a ter rosto bom e quieto, ao menos na presença dos filhinhos menores, que vivem dos rostos abertos.
Conte, para auxiliá-lo no amargo carregamento da cruz.
Conte comigo, para ficar sabendo, de experiência, que há na vida muita coisa linda, coisa escondida, prêmio de quem se venceu na dor.
Conte, para triunfar, no ritmo vagaroso do dever, na cadência da paz diária, aprendendo a teimar com as teimas da vida madrasta.
Conte, que são largos os caminhos da vida, esperando os passos duplos de dois amigos que vão, na direção da conversa.
Conte comigo, para saber olhar ao alto, buscando a face de um Pai.
Conte, mesmo para não se entregar aos desânimos e desencantos, de quem anda cheia da vida, do começo ao fim.
Conte comigo, que venceremos juntos, anjo da guarda com seu pupilo.
Conte, que a vida tem ser bela, criando nós as belezas, de dentro para fora, obrigação do coração, missão da Fé.
Conte comigo, conte sempre, teimando com você mesmo, que não quer saber de mais nada, ofendido que foi, descrente que anda.
Conte quando, olhando para a frente, não sente vontade de andar; olhando para trás, tem medo do caminho que andou.
Conte comigo, para que tenha valor e beleza cada passo seu, cada dia da vida, cada hora dentro de cada dia.
Conte, conte mesmo, sabendo que Deus me deu a missão de fazer companhia aos desacompanhados corações dos homens.
Allan Kardec
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.
Allan Kardec
Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. O poder da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Julio Verne




Considerado o pai da ficção científica moderna, Júlio Verne demonstrou interesse pela Literatura ainda muito jovem. Estudou Direito para agradar ao pai, mas jamais exerceu a 
profissão. Em 1850, sua peça Les Pailles Rompues foi encenada com sucesso pelo Teatro Histórico de Alexandre Dumas. Trabalhou como secretário do Teatro Lírico entre 1852 e 1854 e, depois, tornou-se corretor de bens públicos. Mas durante todo esse período continuou a escrever comédias, libretos e pequenas histórias. Em 1863, publicou a primeira história da série Viagens Extraordinárias: Cinco Semanas em um Balão. O imenso sucesso o encorajou a produzir outras histórias na mesma linha – romances de aventura, com descrições detalhadas de paisagens que, apesar de fantásticas, eram cuidadosa e cientificamente concebidas. As Viagens continuaram com Viagem ao Centro da Terra (1864), Viagem ao Redor da Lua (1865), Vinte Mil Léguas Submarinas (1870) e A Ilha Misteriosa (1874), nos quais previa um grande número de descobertas científicas, incluindo o submarino, o aqualung, a televisão e as viagens espaciais. As obras de Júlio Verne tornaram-se populares em várias partes do mundo. Volta ao Mundo em 80 Dias, por exemplo, causou furor ao ser lançada em episódios no periódico Les Temps, em 1873. Em 1872, o escritor se mudou para a cidade de Amiens e, em 1892, foi condecorado com a Legião de Honra. As obras de Júlio Verne ainda deram origem a vários filmes de sucesso, entre eles Vinte Mil Léguas Submarinos (1916, refilmado em 1954), A Ilha Misteriosa (1929 e 1961), Viagem ao Redor da Lua (1958), Viagem ao Centro da Terra (1959) e Volta ao Mundo em 80 Dias (1956).

Aloísio Azevedo

Aluísio Azevedo (A. Tancredo Gonçalves de A.), caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913. É o fundador da Cadeira n. 4 da Academia Brasileira de Letras.
Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de d. Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço do comediógrafo Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um rico e ríspido comerciante português. O temperamento brutal do marido determinou o fim do casamento. Emília refugiou-se em casa de amigos, até conhecer o vice-cônsul de Portugal, o jovem viúvo David. Os dois passaram a viver juntos, sem contraírem segundas núpcias, o que à época foi considerado um escândalo na sociedade maranhense.
Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se, fazia caricaturas para os jornais da época, como O Figaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses "bonecos" que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances.
A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís, para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do 
romance
 Uma lágrima de mulher, típico dramalhão romântico. Ajuda a lançar e colabora com o jornal anticlerical O Pensador, que defendia a abolição da escravatura, enquanto os padres mostravam-se contrários a ela. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense, não só pela crua linguagem naturalista, mas sobretudo pelo assunto de que tratava: o preconceito racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de Naturalismo, e Aluísio pôde fazer o caminho de volta para o Rio de Janeiro, embarcando em 7 de setembro de 1881, decidido a ganhar a vida como escritor.

Quase todos os jornais da época tinham folhetins, e foi num deles que Aluísio passou a publicar seus romances. A princípio, eram obras menores, escritas apenas para garantir a sobrevivência. Depois, surgiu nova preocupação no universo de Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). De 1882 a 1895 escreveu sem interrupção romances, contos e crônicas, além de peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède.
Em 1895 encerrou a carreira de romancista e ingressou na diplomacia. O primeiro posto foi em Vigo, na Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Passara a viver em companhia de D. Pastora Luquez, de nacionalidade argentina, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, que Aluísio adotou. Em 1910, foi nomeado cônsul de 1a classe, sendo removido para Assunção. Depois foi para Buenos Aires, seu último posto. Ali faleceu, aos 56 anos. Foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado definitivamente. Obras: Uma lágrima de mulher, romance de estréia (1880); O mulato, romance (1881); Mistério da Tijuca, romance (1882; reeditado: Girândola de amores); Memórias de um condenado (1882; reeditado: A condessa Vésper); Casa de pensão, romance (1884); Filomena Borges, romance (publicado em folhetins na Gazeta de Notícias, 1884); O homem, romance (1887); O coruja, romance (1890); O cortiço, romance (1890); Demônios, contos (1895); A mortalha de Alzira, romance (1894); Livro de uma sogra, romance (1895).
Fonte: www.academia.org.br
ALUÍSIO AZEVEDO
Aluísio Gonçalves de Azevedo
Aluísio Gonçalves de Azevedo
Crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas instituições, o romancista Aluísio Azevedo abandonou as tendências românticas em que se formara para tornar-se, influenciado por Eça de Queirós e Émile Zola, o criador do naturalismo no Brasil. Preocupado com a realidade cotidiana, seus temas prediletos foram o anticlericalismo, a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios, o povo humilde. Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís MA em 14 de abril de 1857. A chamado do irmão, o teatrólogo Artur Azevedo, viajou para o Rio de Janeiro aos 17 anos e começou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes. Logo passou a colaborar, com caricaturas e poesias, em jornais e revistas. A partir da publicação de seu primeiro romance, Uma lágrima de mulher (1880), exageradamente sentimental e em estilo romântico, viveu durante 15 anos do que ganhava como escritor. Ao ingressar por concurso na carreira diplomática, em 1895, encerrou a literária. A serviço do Brasil, esteve na Espanha, Japão, Uruguai, Inglaterra, Itália, Paraguai e Argentina. Um ano depois de seu pálido romance de estréia saiu O mulato (1881), em outro estilo. O livro foi publicado no auge da campanha abolicionista e provocou enorme escândalo. O autor tentava analisar a posição do mestiço na sociedade maranhense de seu tempo e atacou o preconceito racial. Foi esse o início de sua fase produtiva: até 1895 escreveu ao todo 19 trabalhos, entre romances e peças teatrais. Continuou colaborando em jornais e revistas, com caricaturas, contos, críticas e novelas. Ele próprio tentou lançar em São Luís um periódico anticlerical intitulado
O Pensador, no mesmo ano de publicação de O mulato. A reação hostil da sociedade provinciana e do clero fez com que voltasse definitivamente para o Rio de Janeiro. Além de O mulato, os romances que o consagraram perante a crítica e o público foram Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890), considerado sua obra-prima. No primeiro, inspirado num caso da crônica policial do Rio, descreve a vida nas pensões chamadas familiares, onde se hospedavam jovens que vinham do interior para estudar na capital. Em O cortiço narra, em linguagem vigorosa, a vida miserável dos moradores de duas habitações coletivas. Entre seus demais romances estão: A condessa de Vésper (1902), publicado primeiro em rodapé da Gazetinha, sob o título Memórias de um condenado (1882); Girândola de amores (1900), publicado primeiro em folhetim na Folha Nova (1882), sob o título de Mistério da Tijuca; Filomena Borges (1884); O homem (1887); O Coruja (1895), publicado primeiro em rodapé de O País (1889); O esqueleto (mistérios da casa de Bragança) (1890), publicado sob o pseudônimo de Victor Leal; A mortalha de Alzira (1893); O livro de uma sogra (1895), além dos contos de Demônios (1890). Membro fundador da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 4), Aluísio Azevedo morreu em 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires, Argentina, onde ocupava o posto de vice-cônsul do Brasil.
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
ALUÍSIO AZEVEDO
Aluisio Azevedo
Aluisio Azevedo
Nome do Escritor.......: Aluisio Azevedo 
Data de Nascimento...: 14/04/1857 
Data de Falecimento..: 21/01/1913 
Local de Nascimento..: São Luis MA 
Atividade Profissional: Jornalismo
Obras Publicadas.......: 1880 - Uma lágrima de mulher

1881 - O mulato (DESTAQUE)
1882 - Memórias de um condenado
1884 - Filomena Borges
1887 - O homem
???? - O esqueleto
1890 - O cortiço (DESTAQUE)
1894 - A mortalha de Alzira
1894 - Casa de pensão (DESTAQUE)
1895 - Livro de uma sogra
1900 - A girândola de amores/O mistério de Tijuca
1901 - Condessa Vesper
Fonte: www.sitedoescritor.com.br
ALUÍSIO AZEVEDO
Aluísio Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís (Maranhão) a 14 de abril de 1857 e morreu em Buenos Aires (Argentina) a 21 de janeiro de 1913.
Homem de temperamento irrequieto, exerceu as mais diversas profissões. Foi funcionário público, jornalista, professor, teatrólogo, caricaturista, cenógrafo, romancista e, algumas vezes, poeta.
A sua obra literária, que é bastante vasta, compreende principalmente romances e peças de teatro, muitas das quais foram escritas em colaboração com Artur de Azevedo, que era seu irmão.
Assinou com pseudônimos alguns dos seus trabalhos; os que usou mais freqüentemente foram Victor Leal e Gil Vaz.
A sua produção jornalística aparece, com certa assiduidade, nos jornais Pacotilha e Pensador, do Maranhão, e as suas caricaturas no Fígaro e O Mequetrefe.
Ingressando na carreira diplomática, exerceu funções consulares na Espanha, no Japão e, finalmente, na Argentina, onde faleceu.
É considerado um dos pioneiros da literatura naturalista no Brasil. Da sua obra, que abrange os mais diversos gêneros literários, fazem parte: Os Doidos (1879), comédia, escrita em colaboração com Artur de Azevedo; Uma Lágrima de Mulher (1880), romance que assinala, verdadeiramente, a sua estréia literária; O Macário.
Aluízio de Azevedo foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a Cadeira N.º 4, cujo patrono é Basílio da Gama.
ALUÍSIO TANCREDO GONÇALVES DE AZEVEDO
São Luís,
MA, 1857 - Buenos Aires, 1913. Obras principais - conto:
Demônios, 1893; Pegadas, 1897 - novela: O Touro Negro,
1938 - romance: Uma Lágrima de Mulher, 1879; O Mulato,
1881; Condessa Vésper, 1882; Mistério da Tijuca ou Girândola 
de Amores, 1882; Casa de Pensão, 1884; O Homem, 1887; O Cortiço,
1890; A Mortalha de Alzira, 1891 - crônica: O Japão, 1984 (póstuma)
- teatro: A Flor de Lis, 1882; Casa de Orates, 1882; Em Flagrante,
1891; O Cabloco, 1886; etc.
Fonte: vbookstore.uol.com.br
ALUÍSIO AZEVEDO
ALUÍSIO TANCREDO GONZALVES AZEVEDO nasceu em São Luís do Maranhão a 14 de abril de 1857 e faleceu em 21 de janeiro de 1913 em Buenos Aires. Foi funcionário público e jornalista. Com a Idade de vinte e quatro anos Iniciou, em sua terra natal, a carreira literária, escrevendo os romances: "Uma Lágrima de Mulher" "0 Mulato" e "Memórias de um Condenado". Mais tarde transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Simpatizante da Escola Realista, pode ser considerado como o iniciador dessa corrente literária, no Brasil. Arguto observador social, soube descrever com elegância e exatidão os costumes do povo. Aos quarenta anos entrou para a carreira diplomática, servindo como cônsul do Brasil na Espanha, Inglaterra, Japão, Argentina e Itália. Seus romances são do tipo naturalista, tendo realizado o romance experimental.
"0 Mulato" explora a questão racial, embora isso não se coadunasse com os postulados do naturalismo. Sua obra mais expressiva é, sem dúvida, "0 Cortiço". Em "0 Cortiço" sobressaem com mais vigor e as qualidades excelentes de Aluísio Azevedo. É uma obra-prima de observação pormenorizada. 0 escritor revela a influência de Eça nos tipos mais caricaturais que apresenta; focaliza as aglomerações residenciais da ralé dos pobres do Rio, semelhantes às nossas favelas atuais.
Aluísio não criou tipos, pois, não se detinha a analisar as almas de seus personagens, nem enveredou pela psicologia Individual, mas limitou-se a lidar com as massas. Nesta obra, são freqüentes os diálogos e observa-se nela o relacionamento dos episódios. Condensou variados aspectos da sociedade da época: o português ambicioso, o fidalgo burguês, o negro, o mestiço, a luta pela vida num ambiente tipicamente brasileiro. Aluísio Azevedo pode ser chamado realista objetivo em busca da realidade externa. Escreveu, também, obras para o teatro e contos, mas é no romance que se destaca o verdadeiro narrador.

Escreveu

"Uma Lágrima de Mulher" (1880); "Memórias de um Condenado" , (1882); "Filomena Borges", (1884); "0 Homem", (1887); "0 Esqueleto", (em colaboração com Olavo Bilac) "A Mortalha de Alzira", (1894); "Livro de uma Sogra", (1895); "A Girândola de Amores" ou "0 Mistério de Tijuca" (1900); "Condessa Vesper, (1901), etc.

Para o teatro produziu:

"Os Doidos", "Casa de Orates", "Flor de Lis", "Em Flagrante", "Caboclo", "Um Caso de Adultério", "Venenos que Curam" e "República".
Obras consideradas de maior valor literário: - "0 Mulato" (1881); "0 Cortiço" (1890) -, e principalmente "Casa de Pensão" (1894). Imensa foi a repercussão que este último livro obteve no seio da sociedade fluminense, devido ao desenlace ocorrido numa dessas casas de habitação coletiva.
Além disso, no romance se movem tipos de perfeito desenho ao natural, característica peculiar ao seu poderoso engenho retratista. Como jornalista redigiu o "Pensador".
Suas obras têm ocasionado as opiniões mais desencontradas da crítica especializada. Mas, o grande público continua lendo seus livros sempre com grande curiosidade.
Aluísio de Azevedo foi um observador dos costumes de sua época, procurando retratar a burguesia e estudando os seus tipos, como o mau sacerdote, a mulher histérica, o preconceito de cor na figura do mulato. Seu romance não é psicológico; caricatura as pessoas, as coisas e as cenas.
"0 Cortiço", "0 Mulato" e "Casa de Pensão" são os seus romances mais significativos, bastante o primeiro deles para lhe assegurar o título de principal representante do Naturalismo em nosso país.

O MULATO

Romance precursor do Realismo no Brasil. Tem por local o Maranhão em fins do século XIX, entupido ainda de preconceito racial. Seus personagens principais, Raimundo, jovem mulato recém chegado da Europa após terminar os estudos de Direito naquele continente, Ana Rosa, sua prima e noiva, filha de Manuel Pescada que não consentia no casamento da filha com seu sobrinho, por ser ele filho da escrava Domingas, Cônego Dias, assassino do pai de Raimundo, e Luís Dias, empregado de Manuel Pescada, que por instigação do cônego acabou por assassinar Raimundo. Aluísio Azevedo em "0 Mulato", reprova com veemência o ignóbil racismo do fim do século XIX, e dá uma autêntica demonstração de anticlericalismo.
Fonte: virtualbooks.terra.com.br
ALUÍSIO AZEVEDO
Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo
Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo
Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu a 14 de abril de 1857 em São Luís, capital do Maranhão. Após cursar as primeiras letras no "Liceu Maranhense", foi para o Rio de Janeiro estudar arte na Academia Belas Artes.
Após conhecer o cotidiano e a vida política carioca, passou a trabalhar como chargista em alguns jornais da cidade. Por causa da morte do seu pai em 1878, Aluísio Azevedo retornou a São Luís para tomar conta da família.
Nesse período, atraído pelo jornalismo, passou a escrever em alguns jornais locais, publicou o romance Romântico "Uma Lágrima de Mulher" e colaborou muito na fundação do jornal "O Pensador", que criticava o clero e a sociedade maranhense. 

Em 1881 chocou a sociedade local com o lançamento de "O mulato", primeiro romance Naturalista da literatura brasileira. Essa obra, que abordava a questão do preconceito racial, foi muito mal recebida pela sociedade maranhense e Aluísio Azevedo, que já não era visto com bons olhos, tornou-se o "Satanás da cidade". Para se ter uma idéia da indignação causada pela obra, pode-se citar o fato de o redator do jornal "A civilização" ter aconselhado Aluíso a "pegar na enchada, em vez de ficar escrevendo". O clima na cidade ficou tão ruim para o autor que ele decidiu retornar ao Rio de Janeiro.
Nesse lugar, Aluísio tentou sobreviver exclusivamente de seus escritos, porém, como a vida de escritor não lhe deu a estabilidade desejada, abandonou a literatura e ingressou na carreira diplomática. Em 1895 foi nomeado vice-consul e, nessa função, viajou por vários países do mundo. Em 21 de janeiro de 1913 faleceu na cidade de Buenos Aires, Argentina.
Na tentativa de ganhar dinheiro como escritor, Aluísio era obrigado a fazer muitas concessões e a estar sempre publicando alguma coisa. Por isso, pode-se explicar porque sua obra apresenta muitas alternâncias entre romances Românticos, chamadas, pelo próprio autor de "comerciais" e romances Naturalistas, denominados de "artísticos". À essa necessidade de escrever também é atribuído o desnível de qualidade de seus romances.
O Aluísio Romântico, publicou os romances "Uma lágrima de mulher" (1879); "Memórias de um condenado" (ou A condessa Vésper) (1882); "Mistério da Tijuca" (ou Girândola de amores) (1882); "Filomena Borges" (1884); "A mortalha de Alzira" (1894). etc. Essas obras são consideradas como de consumo e, por isso, possuem pouco valor literário. Já o Aluísio Naturalista preocupou-se em interpretar a realidade de uma camada social marginalizada, em franco processo de degradação. Além disso, defendeu os ideais Republicanos e criticou clero e a burguesia. Os romances Naturalistas publicados pelo autor foram o seguintes: "O mulato" (1881); "Casa de pensão" (1884); "O homem" (1887); "O cortiço" (1890); e, "O coruja" (1890).
Fonte: www.mundocultural.com.br

Bernardo Guimarães


Bernardo Guimarães (1825-1884) nasceu no dia 15 de agosto, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Filho de João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Estudou no seminário e aos 22 anos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Foi amigo de Álvares de Azevedo e de Aureliano Lessa. Formou-se em 1852.
Seu primeiro livro publicado foi "Cantos da Solidão", obra poética identificada com sua fama de boêmio e satírico, ainda na faculdade. Logo depois de formado foi para Catalão, em Goiás, onde exerceu o cargo de juiz municipal e lá permaneceu de 1832 até 1854.
Bernardo Guimarães foi morar no Rio de Janeiro em 1858, onde trabalhou como jornalista e crítico literário, no Jornal Atualidades. Em 1861 volta para Catalão, onde reassume o cargo de juiz municipal. Em 1866 é nomeado professor de retórica e poética no Liceu Mineiro de Ouro Preto.
Bernardo Guimarães publica em 1872, seu romance "O Seminarista", onde expõe sua crítica ao celibato religioso. É considerada sua melhor obra. Em 1873 leciona latim e francês na cidade de Queluz em Minas Gerais. É Patrono da cadeira nº5 da Academia Brasileira de Letras e Patrono da cadeira nº15 da Academia Mineira de Letras.
Seu romance mais popular foi "A Escrava Isaura", publicado em 1875, foi reproduzido para a televisão, com grande sucesso e levado para mais de 150 países. O romance conta o amor de Isaura, uma escrava branca, e Álvaro um jovem abolicionista e republicano.
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães faleceu no dia 10 de março de 1884, em Ouro Preto, Minas gerais.

Obras de Bernardo Guimarães

Cantos da Solidão, poesia, 1852
Inspirações da Tarde, poema, 1858
O Ermitão do Muquém, romance, 1858
A Voz do Pajé, drama, 1860
Evocação, poesia, 1865
Poesias Diversas, 1865
A Bais de Botafogo, poesia, 1865
Lendas e Romances, contos, 1871
A Dança dos Ossos, conto, 1871
O Garimpeiro, romance, 1872
O Seminarista, romance, 1872
O Índio Afonso, romance, 1872
A Escrava Isaura, romance, 1875
Novas Poesias, 1876
A Ilha Maldita, romance, 1879
O Pão de Ouro, conto, 1879
Folhas de Outono, poesias, 1883
Rosaura, a Enjeitada, romance, 1883
O Bandido do Rio das Mortes, romance,1905

José Mauro de Vasconcelos

Escritor brasileiro nascido em Bangu, bairro da cidade do Rio de Janeiro, um dos escritores brasileiros mais lidos no exterior, sendo muito respeitado em todo o mundo. Filho de família muito pobre, ainda menino mudou-se para casa de uns tios, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde foi criado. Aos 9 anos aprendeu a nadar nas águas do Potengi, quando alimentava seus sonhos de ser campeão. Depois de cursar Medicina por dois anos, voltou ao Rio, num velho cargueiro (1941) onde trabalhou como boxer, modelo para escultores, carregador de frutas, entre outros serviços. Com uma vida nada fácil, foi para São Paulo onde começou como garçom de boate e passou por outros empregosaté que ganhou uma bolsa de estudos na Espanha, período em que viajou por vários países da Europa. De volta ao Brasil trabalhou junto aos irmãos Villas-Boas, principalmente explorando a inóspita região do Araguaia. Desta aventura resultou seu primeiro livro de estréia, 
Banana
 Brava (1942) sobre o mundo dos homens dos garimpos. Depois veio Barro Blanco (1945) sobre as salinas de Macau, no Rio Grande do Norte, seu primeiro grande sucesso de crítica. Depois vieram Longe da Terra (1949), Vazante (1951), Arara Vermelha (1953) e Arraia de Fogo (1955). Porém só com Rosinha, Minha Canoa (1962), atingiu o primeiro sucesso literário e ganhou fama como escritor, sendo este livro utilizado em curso de Português na Sorbonne, em Paris. Doidão (1963), sobre sua adolescência em Natal, O Garanhão das Praias (1964), Coração de Vidro (1964) e As Confissões de Frei Abóbora (1966), antecederam seu maior sucesso popular, O Meu Pé de Laranja Lima (1968), que foi adaptado pela antiga Tupi e pela Globo como novelas televisivas e também levado ao cinema. Foi também artista plástico, ator de teatro e televisão e morreu em São Paulo, aos 93 anos. Viveu, pois, nos mais diferentes recantos do seus país e exerceu uma imensa variedade de profissões. Assim, conheceu muitas culturas e diversos tipos de pessoas e desenvolveu um estilo simples e emotivo, cujos livros transportam os leitores a um mundo de ternura e de alta sensibilidade. Em sua vasta obra, iniciada aos 22 anos de idade e lida em alemão, inglês, espanhol, francês, italiano, japonês e holandês, entre outras línguas, ainda se destacaram Rua Descalça (1969), O Palácio Japonês (1969), Farinha Órfã (1970), Chuva Crioula (1972), O Veleiro de Cristal (1973) e Vamos Aquecer o Sol (1974) e vários de seus livros ganharam versões cinematográficas. Vale observar que sua autobiografia foi escrita de forma um tanto incomum, em uma seqüência de quatro livros, de forma romanceada: Meu pé de laranja lima, sua infância em Bangu, Vamos aquecer o sol, sua mudança para Natal, O doidão, a adolescência, e Confissões do Frei Abóbora, sua vida adulta